É reconhecido na história do Brasil aquilo que ficou chamado de eleições de cabresto, bastante comum na época da República Velha. Compra de votos, violência, corrupção – isso tudo não só fez como faz parte da história do país.

Porém, sobre aquela que hoje é considerada a maior democracia do mundo não é possível falar diferente.

O quadro acima, intitulado “County Elections”, representa bem o contexto histórico das eleições americanas, no século XIX. Existem apenas homens brancos retratados, mas também há cenas de corrupção, alcoolismo, pessoas feridas.

Por quê? Para o historiador David Grimsted, as eleições americanas à época eram um “esporte masculino”, uma ocasião para os homens brancos lutarem, se embriagarem e praticarem jogos de aposta.

Pessoas era sequestradas, forçadas a votar em vários locais em favor de algum partido; urnas eram saqueadas, algumas já com cédulas previamente preenchidas; era possível comprar o voto por um dólar.

Na década de 1850 um grupo xenófobo chamado Know-Nothing obrigava imigrantes a votar nos seus candidatos.

Após a abolição da escravidão, a partir de 1870 o dia da eleição também se tornou um momento para explicitar a violência contra os afro-americanos. Antes de serem deslocados do processo eleitoral, eles eram obrigados pelos brancos a votarem em candidatos racistas.

Os jogos de azar também predominavam nos dia da eleição. Embora proibidas as apostas, elas eram comuns, sempre em ocasiões regadas a bebidas.

Por isso, para a historiadora Hedwig Richter, as eleições livres (Free elections) eram na verdade, eleições livres de regras.

Assim, dominada por violentos e bêbados homens brancos, a democracia americana tinha sua legitimidade na afirmação da masculinidade.

Por: @sergiano.silva

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