As cenas do assalto ao banco de Criciúma (SC) lembram um episódio de 500 anos atrás na capital asteca, Tenochtitlán: a famosa "noite triste", em que muitas riquezas acabaram ficando pelo caminho.


O conquistador espanhol Hernán Cortez havia tomado o governante asteca Moctezuma II como seu prisioneiro e permaneceu seis meses dentro de Tenochtitlán, que era cercada por um imenso lago. O acesso à cidade era feito por meio de pontes.

Os espanhóis descobriram compartimentos com tesouros de ouro herdados pela realeza e deram início ao processo de derretimento das peças, transformando-as em lingotes de cerca de 2kg.

Durante o cativeiro, Moctezuma acabou falecendo e fazendo com que fosse questão de tempo até que os astecas invadissem o palácio que abrigava os espanhóis, ou até que a fome e sede os matasse.

Cortez resolveu fugir na noite chuvosa de 30 de junho de 1520, improvisando pontes móveis para transportar suas tropas, incluindo cavalos carregados de ouro e armamentos. Antes que pudessem atravessar o lago, foram descobertos e, em pouco tempo, milhares de guerreiros astecas surgiram em canoas.

A batalha feroz vitimou muitos espanhóis e aliados nativos. Conta-se que em alguns lugares, podia-se atravessar o lago sobre a pilha de corpos. Muitos morreram afogados, prejudicados pelo peso das armaduras e dos lingotes de ouro armazenados embaixo delas.

Cortez sobreviveu mas perdeu muitos homens, cavalos, e uma quantidade de tesouros.

Em 1981, na construção do Banco Central na Cidade do México, foi encontrado um lingote de ouro de 1,9kg. O local do achado confirmava a rota de fuga de Cortez.

A suspeita era de que a peça fazia mesmo parte do ouro perdido por Cortez. Em setembro de 2020 o Instituto Nacional de Antropologia e História do México concluiu, por meio de vários testes, que a fundição da peça data do ano 1520, confirmando as suspeitas.

Um imenso carregamento de tesouros enviados por Cortez para o rei Carlos V também foi roubado, mas isso é assunto pra um outro dia.
Texto e Arte de @canuto_lion

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